ATA DA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 24.04.1997.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e sete, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e trinta minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Moacyr Moojen Marques, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo nº 105/96 (Processo nº 1827/96), de autoria do Vereador Clovis Ilgenfritz. Compuseram a Mesa: os Vereadores Clovis Ilgenfritz e Isaac Ainhorn, respectivamente Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Raul Pont, Prefeito Municipal de Porto Alegre; a Senhora Wrana Maria Panizzi, Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; o Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; o Arquiteto Newton Burmeister, Secretário do Planejamento Municipal; o Arquiteto Carlos Fayet, Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB; o Engenheiro Sérgio Gilberto Bottini, Presidente da Sociedade  de Engenharia do Rio Grande do Sul; o Senhor Moacyr Moojen Marques, Homenageado; a Senhora Maria Ivone Marques, esposa do Homenageado; o Vereador Carlos Garcia, 3º Secretário da Casa. Também, como extensão da Mesa, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor Alcindo Guanabara Porto Alegre, primeiro titular da Secretaria Municipal de Obras e Viação; do Arquiteto José Albano Rocco, Presidente da Fundação de Ciência e Tecnologia - CIENTEC; do Tenente Glaudemir Genésio Hansel, representando o Comando Geral da Brigada Militar; do Engenheiro Hermes Concílio, representando a Associação dos Funcionários da Secretaria de Planejamento Municipal; do Arquiteto Edgar S. do Vale, Presidente da Associação Riograndense de Escritórios de Arquitetura; do Senhor Jorge Branco, Secretário-Substituto da Secretaria de Planejamento Municipal; do Arquiteto Francisco Thorm, Secretário-Substituto da Secretaria Municipal de Obras e Viação; do Senhor Francisco de Almeida Reis, Diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ritter dos Reis; da Arquiteta Glenda Pereira da Cruz, Vice-Diretora da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; da Arquiteta Lenora Ulrich, Assessora de Arquitetura e Urbanismo do Gabinete do Prefeito Municipal, e do Professor Francisco Riopardense de Macedo. Ainda, registrou as presenças dos filhos, netos e diversos amigos do Homenageado. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional e, em continuidade, informou o recebimento de mensagens alusivas à presente solenidade, de autoria da Senhora Eunice Nequete, Procuradora-Geral do Estado; do Engenheiro  Pedro Bish Neto, Diretor-Presidente da Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE; do Senhor Assis Roberto Sanchotene de Souza, Secretário Estadual de Minas, Energia e Comunicações; do Senhor Dagoberto Lima Godoy, Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, e do Arquiteto Carlos Fayet. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Clovis Ilgenfritz, como proponente e em nome das Bancadas do PTB, PMDB e PPS, discorreu sobre a vida profissional do Homenageado, afirmando ter ele dedicado grande parte de sua vida à arquitetura, seja como professor universitário ou como profissional liberal, e lembrando, principalmente, suas atividades em prol da urbanização de Porto Alegre. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, salientando ser o Arquiteto Moacyr Moojen Marques um profissional caracterizado pela capacidade de trabalhar em equipe, teceu considerações sobre sua participação decisiva nos processos que delinearam o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da Cidade. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPB, relatou a forma como conheceu o Homenageado, há trinta e seis anos, declarando que o trabalho de Sua Senhoria sempre foi marcado pela preocupação com a Cidade, preocupação e responsabilidade profissional que é ampliada a partir do Título hoje recebido. O Vereador Cláudio Sebenelo, em nome da Bancada do PSDB, comentou textos de autoria do Senhor Moacyr Moojen Marques, nos quais são analisados processos de planejamento da Cidade, salientando a importância do trabalho do Homenageado para a compreensão e delineação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, afirmou a justeza da presente homenagem, ressaltando a capacidade profissional do Senhor Moacyr Moojen Marques, em especial suas características de homem conciliador, aberto ao diálogo e sempre voltado para a busca do desenvolvimento humanístico da Cidade. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, teceu considerações acerca do papel representado pelo profissional de arquitetura para a configuração de uma Cidade, declarando ser o Senhor Moacyr Moojen Marques referência obrigatória para quem desejar "trabalhar, discutir e pensar o desenvolvimento urbano de Porto Alegre". O Vereador Carlos Garcia, em nome da Bancada do PSB, congratulou-se com o Homenageado, destacando a capacidade do mesmo em elaborar seu trabalho a partir de uma visão de conjunto da Cidade, o que faz dele um exemplo para várias gerações de arquitetos e planejadores urbanos. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Prefeito Raul Pont, que declarou representar a presente solenidade o reconhecimento de Porto Alegre ao trabalho em prol da Cidade sempre desenvolvido pelo Professor e Arquiteto Moacyr Moojen Marques, estendendo esse reconhecimento à categoria dos servidores públicos, cuja importância fica evidenciada na figura do Homenageado. Após, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à entrega, pelo Senhor Prefeito  Municipal, do Diploma referente ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Moacyr Moojen Marques, e, a seguir, concedeu a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Também, a Senhora Lorena Holzmann da Silva procedeu à entrega de flores à Senhora Maria Ivone Marques. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, às dezenove horas e dez minutos, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos, convidando a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Isaac Ainhorn e secretariados pelo Vereador Carlos Garcia. Do que eu, Carlos Garcia, 3º Secretário, determinei fosse lavrada apresente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Estamos dando início à 7ª Sessão Solene da 1ª Sessão Legislativa Ordinária da XII Legislatura. Esta Sessão Solene destina-se à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Moacyr Moojen Marques, conforme o Projeto de Lei deste Legislativo nº 105/96, Processo nº 1827/96, a requerimento deste Vereador, Clovis Ilgenfritz.

Convidamos para compor a Mesa o Exmo. Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre Dr. Raul Pont; o nosso homenageado Sr. Moacyr Moojen Marques, e sua esposa Sra. Maria Ivone Marques; a Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Dra. Wrana Panizzi; o Senhor Representante  do Comando Militar do Sul Cel. Irani Siqueira; o Sr. Secretário Municipal do Planejamento, Arquiteto Newton Burmeister; o Sr. Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Seção RS, Arquiteto Carlos Fayet e o Sr. Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, Engº. Sérgio Gilberto Bottini.

Convidamos os presentes para assistirmos, em pé, a execução do Hino Nacional.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.)

 

Anunciamos o recebimento de várias correspondências, de telegramas, "fac-símiles", justificando sua ausência e felicitando o nosso homenageado de: Sra. Eunice Nequete, Procuradora-Geral do Estado; nosso engenheiro Pedro Bish Neto, Diretor-Presidente da CEEE; o Secretário Estadual de Minas, Energia e Comunicações, Sr. Assis de Souza; o Presidente da FIERGS/CIERGS, Dr. Dagoberto de Lima Godoy e mais uma correspondência muito bonita do Arquiteto Carlos Fayet. que vou-me permitir ler depois.

Peço ao ilustre Vice-Presidente desta Casa, Ver. Isaac Ainhorn, que assuma a direção dos trabalhos, porque o primeiro orador é o proponente.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: (Saúda os componentes da Mesa.) O que eu posso dizer de início é que reunir neste Plenário as pessoas que estou avistando, às quais gostaria depois de dar um abraço uma a uma, muitos amigos antiquíssimos, muitos novos amigos, muitos ex-colegas ou colegas, ex-colegas de determinadas lutas sindicais, de IAB, de Governo, para mim, Arquiteto Moacyr, já está ganha a nossa proposta. Por ser o homenageado o Professor Moacyr, nós temos essa gente reunida. Considero que mais do que isso é impossível, sei o que pode estar passando na cabeça de cada um.

Eu queria cumprimentar os Vereadores presentes: João Dib, Cláudio Sebenelo, Adeli Sell, Carlos Garcia, Reginaldo Pujol e Batista. Queria cumprimentar a Dra. Maria Ivone; os filhos do Moacyr, na maioria, arquitetos: o José Carlos e a sua esposa Patrícia, ele arquiteto, ela advogada; o Arquiteto Sergio Moacyr e a esposa Ana Paula, arquiteta; a Nádia Maria, psicóloga; o Roberto, nosso colega de Governo, economista.

Não me senti muito à vontade para falar sobre uma série de questões políticas que envolveriam um ato como este, políticas-urbanas, políticas na área que nós tanto prezamos e que estamos homenageando o Moacyr em função, fundamentalmente, dos trabalhos que fez nessa área.

Eu queria também cumprimentar a magnífica equipe que trabalhou tantos anos, de uma ou de outra forma, com o Prof. Moacyr: professores e ex-alunos.

O nosso homenageado é um homem que dedicou grande parte de sua vida à Arquitetura e ao Urbanismo, contribuindo com inúmeros projetos para a melhoria da Cidade de Porto Alegre; fosse através da sua atuação como urbanista na Prefeitura Municipal de Porto Alegre fosse como Professor ou profissional liberal, com várias contribuições significativas, sendo, por diversas vezes premiado em concursos públicos de Arquitetura.

Como professor universitário, exerceu funções de Assistente de Ensino Superior Permanente da Faculdade de Arquitetura da UFRGS, na cadeira de Arquitetura e Urbanismo, de 1968 a 1978. Foi professor-coordenador dos alunos que obtiveram o primeiro prêmio  na Bienal de São Paulo, com um plano de habitação popular. Estou citando apenas algumas obras do professor. Também é autor de várias publicações e palestras, dentre as quais destacamos a palestra sobre o Plano Diretor da Cidade. Ao longo de um extenso período trabalhou nessa área. Trabalhou, também, na Secretaria de Obras com alunos da Faculdade de Arquitetura, num programa de pós-graduação em Urbanismo da Universidade Federal.

No período em que exerceu o serviço público - 1956/1987 - foi Chefe de Planejamento Urbano da Secretaria Municipal de Obras e Viação; Gerente de Projetos Urbanos da Secretaria Municipal; Supervisor do Planejamento Urbano e Secretário Substituto da Secretaria de Planejamento Municipal. Participou da equipe que elaborou o Plano Diretor da Cidade. Exerceu a gerência do PROPLAN - Programa de Reavaliação do Plano Diretor -, do qual resultou o atual 1º Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - o PPDU. Entre outros planos de que participou está o Plano de Volumes e Traçados da Primeira Perimetral, Plano para a Área Central de Porto Alegre, Plano Piloto para o Parque Saint-Hilaire, Plano de Reurbanização da Ilhota, Plano de Urbanização de parte do aterro da Praia de Belas, Projeto do Auditório Araújo Viana - e aqui faço um parentêse: ele, o Arquiteto Fayet, e acredito que mais algumas pessoas ou outros arquitetos - não tenho isso bem clarto, mas os dois tenho certeza - eram funcionários públicos e fizeram o projeto como funcionários públicos, ali na repartição, o que não é comum nesses nossos tempos. Fez, ainda, o Projeto do Prédio Sede da SMOV. Ainda como profissional liberal, foi autor de vários projetos, entre os quais dá para destacar o de urbanização e arquitetura para o Núcleo Ferroviário Santa Maria e o Plano Diretor para a Cidade de Esteio.

Cabe salientar que os trabalhos desenvolvidos pelo Prof. Moojen foram, na sua grande maioria, fruto de premiações em concursos públicos. Juntamente com a sua vida profissional, desempenhou várias atividades nas entidades da sua categoria, tendo sido Secretário do Instituto dos Arquitetos do Rio Grande do Sul, representante do IAB na Assembléia Nacional, Conselheiro da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul e representante da Sociedade de Engenharia no último debate da "Porto Alegre Mais - Cidade Constituinte".

A par desse currículo profissional, o que mais nos influiu - e que é a parte que mais emociona, porque foi por isso que eu tive a iniciativa, junto com os meus colegas de gabinete, de propor o título ao Prof. Moojen - são suas qualidades do ponto de vista humanístico, que foram sempre demonstradas por ser ele um professor querido dos estudantes e também dos colegas e amigos, que aprenderam a admirá-lo, na medida em que tiveram o privilégio do seu convívio.

O Professor, Arquiteto e Urbanista Moacyr Moojen Marques tem sido na sua vida um exemplo de pessoa que exerce a cidadania no dia a dia, sempre assumindo posições claras na tomada não só das melhores soluções técnicas para a Cidade, mas sempre imbuídas de um profundo compromisso político-social.

Queria terminar meu discurso, que está mais para uma declaração, dizendo que assim como, hoje, os seus filhos são na maioria arquitetos, os meus - o Tiago e o Camilo - também são. E o Tiago me ensinou algo, que me deixa nesse estado de emoção, que não era mais para chamá-lo de arquiteto, urbanista, professor, e sim como ele faz, ele o chama de "Seu Moacyr". (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz):  Esclareço que quando me pronunciei, tive a honra de representar as Bancadas: do Partido Trabalhista Brasileiro, do Partido Democrático Trabalhista, o PMDB e também o PPS. Agora, já declino da honra de ter representado o PDT, porque o Ver. Isaac Ainhorn inscreveu-se para falar.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra e falará em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ADELI SELL: (Saúda os componentes da Mesa.) Eu, sem dúvida alguma, senti-me totalmente representado na fala do Ver. Clovis Ilgenfritz, mas a Bancada do Partido dos Trabalhadores achou melhor que falássemos também, além do proponente, nesta homenagem de hoje e eu recebi essa incumbência que me deixou muito feliz.

Pela emoção do Ver. Clovis Ilgenfritz é possível notar que o Arquiteto Moacyr Moojen Marques é um homem, um cidadão que consegue agregar em torno de si muitas pessoas. Pelo que sei de sua  história, ele é um homem, um cidadão de equipe, um construtor, um pensador desta Cidade e da coisa pública. O que mais quero ressaltar aqui é exatamente a função pública desempenhada pelo nosso homenageado que, além de cumprir uma função, parece que foi, efetivamente, e continua sendo, um servidor público, porque trouxe para a Cidade de Porto Alegre parte de sua construção. Não uma construção e um pensamento solitário de um arquiteto que pensa e planeja, mas que soube compartilhar  com seus colegas de trabalho, com seus alunos e com pessoas identificadas com a sua visão de cidade e de urbanismo, uma equipe, um grupo de pessoas. Vemos que é uma homenagem mais do que significativa, porque mostra, repetindo, um espírito de equipe.

Professor e Arquiteto Moacyr, “Seu Moacyr”, como diz o Ver. Clovis Ilgenfritz, o Senhor e vários que o acompanham foram fundamentais para construir um Plano Diretor para a nossa Cidade. Foi importante esse Plano até agora, como todas as outras obras aqui, anteriormente mencionadas pelo Ver. Clovis Ilgenfritz. Mas, por favor,  não deixe de nos assessorar, de nos servir, de nos apoiar, agora, em relação ao Plano Diretor. Nós, Vereadores da Câmara Municipal vamos analisar muito em breve, tendo em vista que daqui a poucos dias - o Executivo nos informa - virá esse Plano à discussão. Inclusive já fizemos alguns debates importantes nesta Casa. Nós queremos, depois de tantos compromissos com esta Cidade, de tanto que o Senhor já fez por Porto Alegre, por favor, pedir-lhe um pouco mais: que nos ajude a construir um novo Plano Diretor, que seja uma evolução de todo o planejamento e do plano atual, para que possamos dar a Porto Alegre no ano 2000 um novo Plano Diretor. Que seja um plano que guie a nossa atividade urbana para o próximo milênio. Somos uma cidade que cresce, somos um mundo que tem inúmeros problemas, mas sei que, por sua ação, por sua liderança junto com tantos pensadores, e pensadores críticos, podemos, sem dúvida nenhuma, construir mais um pouco para que Porto Alegre tenha a plena cidadania. O título hoje de Cidadão Honorífico de Porto Alegre é uma justa homenagem para aqueles que, como o Senhor, constróem a cidadania. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Antes de passarmos a palavra ao Ver. João Dib, vou citar algumas pessoas que estão, por extensão da Mesa, participando desse encontro. O Sr. Alcindo Guanabara Porto Alegre, nosso primeiro Secretário da SMOV. A SMOV teve como primeiro Secretário o pai do nosso colega Alfredo Porto Alegre; o arquiteto José Albano Rocco, Presidente da Fundação de Ciência e Tecnologia - CIENTEC; o Tenente Glaudemir Genésio Hansel, representando o Comando-Geral da Brigada Militar; o Engº Hermes Concilio, representando a Associação dos Funcionários da Secretaria Municipal de Planejamento; o Prof. Francisco Riopardense de Macedo, nosso Cidadão Honorário; o Arquiteto Edgar S. do Valle, Presidente da Associação Rio-Grandense de Escritório de Arquitetura; o Sr. Jorge Branco, Sociólogo, Secretário Substituto da Secretaria de Planejamento Municipal; Sr. Francisco de Almeida Reis, Diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ritter dos Reis; Arquiteta Glenda Pereira da Cruz, Vice-Diretora da Faculdade de Arquitetura da UFRGS; Arquiteta Lenora Ulrich, Assessora de Arquitetura e Urbanismo do Gabinete do Prefeito Municipal de Porto Alegre; demais familiares e amigos do homenageado, entre eles eu cito, além dos filhos; Mariana, Lucas, Rodrigo e Valentina - os netos.

O Ver. João Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: (Saúda os componentes da Mesa.) Abraço a todos os amigos do casal homenageado de hoje, Moacyr e Maria Moojen Marques, na pessoa que nunca deixo de citar quando há uma oportunidade: o Engº Alcindo Guanabara Porto Alegre, e sempre o faço com muito respeito. (Palmas.)

Srs. Vereadores e amigos do homenageado, conheci Moacyr Moojen Marques há 36 anos. Não gostei dele. Era um arquiteto que me apresentava um projeto muito bonito, com materiais de construção dos melhores. Eu, da Secretaria dos Transportes; ele, da Secretaria de Obras. Ele tinha um projeto bonito, mas eu não tinha dinheiro para torná-lo realidade. O projeto tinha que ser executado com a contribuição de muita gente, mas nós o executamos e ele ficou brabo comigo. Depois disso, eu passei a conhecer melhor o homenageado de hoje. Hoje, pela primeira vez, quando ele sentou ao lado do Presidente, eu  vi o Moacyr sem estar sorrindo. Sempre o encontrei, nas dezenas, centenas de vezes que  o procurei para que me desse ajuda, solução, orientação, com aquele seu sorriso simpático, quase irônico, mas muito compreensivo e solidário. E a solução sempre vinha com aquela fraternidade, com aquele desejo de bem servir que preside todos os seus atos.

Às vezes, gosto de contar uma pequena história de duas pessoas que trabalhavam e eram observadas por uma terceira. As duas faziam a mesma coisa, uma trabalhava cantando e a outra trabalhava praguejando. Então, a terceira pessoa perguntou para aquele que praguejava: "Meu amigo, o que o senhor está fazendo?". Ele respondeu bruscamente: "Não vê que estou construindo uma parede?" Perguntou para o outro que estava sorrindo. "Meu amigo, o que o senhor faz?" Ele respondeu: "Estou construindo uma catedral."  O Moacyr Moojen Marques pode dizer que ajudou a construir essa catedral magnífica que é Porto Alegre, a nossa Porto Alegre, a Porto Alegre de todos nós, tem a marca, a presença desse espírito extraordinário, dessa criatividade maravilhosa, mas dessa preocupação com esta Cidade que ele quer ver cada vez mais bonita.

Eu disse que hoje ele estava sem o seu sorriso habitual, provavelmente, sentindo a responsabilidade, o peso da outorga deste Título que está a dizer-lhe, como disse o Ver. Adeli Sell: “Nós ainda queremos mais”. E eu sei que ele vai dar, mas também, meu caro Moacyr Moojen Marques, meu amigo Moacyr Moojen Marques, ninguém chega onde chegastes sozinho. É certo que muitas vezes tivestes dificuldades, problemas, contrariedades, transtornos, mas aí chegava em casa e a Maria Ivone sorria e compensava o que estava faltando e as coisas se encaminhavam bem, principalmente porque a Nádia, o José Carlos e o Sérgio também faziam coro com a mamãe e diziam: "Papai continua, vai fazendo."

Então, Moacyr, esta preocupação que tens neste momento, de que vais ter que servir mais ainda - e , para ti, servir é uma das coisas boas - vai ser fácil, porque os teus amigos, que estão aqui, os teus familiares, os teus netos, as tuas noras, o teu genro, estarão todos ao teu lado, dizendo: ‘Continua construindo catedral, como até aqui fizeste”.

Saúde e paz para todos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: "É dever do arquiteto tentar investigar esses valores dos espaços urbanos, perceber o ‘anima’ dos lugares, esquadrinhar estratégias e táticas para a detecção dos valores do ambiente; é fazer a Cidade revelar-se." Esta frase faz parte de um artigo que um querido amigo meu escreveu, um grande arquiteto, chamado Lineu Castelo, professor da UFRGS.

O que é que um médico modestíssimo, que virou político, virou Vereador repentinamente, que apenas há quatro meses exerce a função nesta Casa, vem falar a vocês de arquitetura, de urbanismo? É que neste ano de 1997, vamos aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre comer, beber e dormir com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.

Exmº Sr. Ver. Clovis Ilgenfritz, Presidente desta Casa e feliz proponente desta homenagem ao Prof. Moacyr; Exmº Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre Dr. Raul Pont; Ilmº Sr. Prof. Moacyr Moojen Marques que nem sabe, mas é meu conhecido há bastante tempo, pois o meu filho me emprestou um livro que estou sem coragem para devolver, porque é maravilhoso. Ele foi coletado pela Magnífica Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e autora do mesmo, Drª Wrana Panizzi. (Saúda os demais componentes da Mesa.) O livro a que me referia chama-se "Reavaliação dos Planos Diretores". Aqui é um caso específico, mas também acho que é um caso de amor por Porto Alegre. Porque nós vamos falar sobre o Plano Diretor, fui procurar e consegui descobrir coisas magníficas, como "Porto Alegre e seu Planejamento", de autoria de Laís Pinho Salem e Moacyr Moojen Marques. Ele descreve, inicialmente, as ações precedentes e abre com uma maravilhosa pérola do pensamento: "A criação depende da tradição e da memória: menosprezá-las é diminuir a criatividade e a liberdade". Este magnífico início segue rebuscando todo o trabalho dos engenheiros e arquitetos, entre eles, Edvaldo Pereira Paiva, da Av. Beira-Rio, que nos mostrou, inclusive, a importância, o vulto desse servidor da Prefeitura que, hoje, as ilhas de Porto Alegre têm a sua ecologia absolutamente resguardada por ação direta do Dr. Edvaldo Pereira Paiva. Ele nos ensina que em Porto Alegre, em mil novecentos e quarenta e poucos, quando era Prefeito o Sr. José Loureiro da Silva, um arquiteto chamado Arnaldo Bladosh fez um Plano, de 1938 a 1943, com avenidas radiais, com o terminal ferroviário junto às perimetrais, com a Praça da Matriz, o Centro Cívico, o aterro da Praia de Belas, que muito tempo depois foi feito. Esse Plano não foi concluído, então, novamente Edvaldo Pereira Paiva e Demétrio Ribeiro - é só saber os nomes das ruas para saber a história da nossa Cidade -, num expediente chamado expediente urbano ou civil, e com intensa participação da Faculdade de Arquitetura, já nos primórdios dos pensamentos da Cidade, chegou ao Plano Diretor em 1959 com um Código de Obras, já criando um Conselho do Plano Diretor, com seis pessoas representando a Administração Municipal e seis outros representantes, entre eles o IAB e a Sociedade de Engenharia. Vejam que isso não é só a história da Cidade, é o começo da participação e, como ele diz, no seu artigo, o processo administrativo se encaminhando em direção a um processo profundamente democrático. Então, ele passa para a segunda parte, dizendo que qualquer ciência que se faça adulta necessita se abrir para outras ciências. A descoberta do trabalho interdisciplinar, multissetorial, o caráter permanente do planejamento urbano e sua organização sob forma de sistema, adotando uma idéia sistemática e com uma base jurídica com um único texto legal e com um mecanismo de consulta que aos poucos foram aprimorando - e, inclusive, aí eu queria salientar a participação da comunidade. Porto Alegre ganhou um modelo urbanístico contextualizado no município e na região. Nesta magnífica contribuição para os estudos dos novos planos diretores como é a finalidade do livro, ele chega a uma conclusão: a questão urbana não pode estar limitada pelo tempo político; temos que caminhar para uma atividade e um planejamento urbano em direção a métodos cientificamente mais abrangentes e politicamente mais democráticos. Então, Prof. Moacyr, o Senhor fala do elo do conhecimento que os planos diretores vão tecendo e se intercomunicando. E não só do conhecimento a ser usufruído, mas do conhecimento a ser criado, da criação de conhecimento; finalidade maior da relação aluno-professor.

E queria plagiar o Arquiteto Clovis Ilgenfritz, meu amigo antes de ser o Exmº Sr. Presidente desta Casa: "o Professor e Arquiteto Moacyr Moojen Marques tem sido um exemplo de pessoa que exerce a cidadania no dia a dia, sempre assumindo posições claras, ele não só dá as melhores soluções técnicas para a Cidade, como as apresenta imbuídas de um profundo compromisso psicossocial".

Professor Moacyr e Dona Maria Ivone: o político deveria ter a humildade de não permitir que suas administrações carimbassem a cidade. A única marca que a cidade comporta é a marca indelével do seu povo. O Senhor, Professor Moacyr, ocupa um lugar muito importante no "anima" da nossa Cidade. Eu não o conhecia e sou seu amigo há muitos anos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, em nome de sua Bancada o PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa.) Meus Senhores e minhas Senhoras. Por fim, a saudação ao Dr. Moacyr Moojen Marques e, especialmente, à sua esposa, Dona Maria Ivone Marques.

Diz o Regimento da Casa, e é sua tradição, que nestas oportunidades deva ser efetivamente acentuado o pluralismo que tem assento neste Legislativo e que as várias correntes de opinião que representam, em maior ou menor profundidade, o pensamento médio da sociedade porto-alegrense, façam-se ouvir nessas ocasiões.

Tivemos a oportunidade, não só pelo pronunciamento do proponente desta homenagem Ver. Clovis Ilgenfritz, mas, também, por que não, daqueles que sucederam na tribuna, de ver e ouvir enfoques absolutamente corretos acerca das razões, dos motivos que levaram este Legislativo, por unanimidade de votos, outorgar a cidadania a Moacyr Moojen Marques. Certamente que a este Vereador, que não é urbanista, que não é arquiteto, que não é engenheiro, não seria tão fácil observar as qualidades profissionais do Cidadão de Porto Alegre Moacyr Moojen Marques, quanto é para aqueles outros que partilhando com ele as atividades inerentes às suas formações profissionais têm condições de avaliar, com muito mais profundidade, a competência profissional, a qualidade técnica, o grau de conhecimento e a capacidade de transmiti-lo, de que o nosso homenageado é portador.

Certamente, por mais audacioso, por mais ousado que nós pretendêssemos ser nesta hora, não correríamos o risco de enveredarmos por este caminho. Dado que, com toda a sinceridade, a presença de todos esses profissionais que tão fortemente influenciaram a vida de Porto Alegre - esses homens e essas mulheres ligados ao urbanismo, à Arquitetura, ao cotidiano do desenvolvimento urbano de Porto Alegre, aqui presentes - é a prova aprovada de que Porto Alegre, pelo seu representante, se houve bem em ressaltar esse valor que tão fortemente serviu a esta Cidade, como profissional, como técnico e como cidadão. Então, não querendo me arvorar por esse lado, eu tenho, Arquiteto Ferraro, que buscar um liame pessoal na minha homenagem, no meu discurso. Eu preciso lembrar-me, inclusive, de que fui um jovem que já teve trinta e poucos anos e que um dia, pela confiança do Prefeito da época, economista Guilherme Socias Villela, fui assumir a Direção do Departamento Municipal de Habitação. Órgão que na época era o responsável pela cidade informal de Porto Alegre. A cidade que cotejava com a sociedade formal, aquela que os arquitetos, competentes urbanistas do Município, buscavam fazer mais adequada às necessidades do desenvolvimento da Cidade. E jovem ainda, afoito, eu apenas ouvia falar do Arquiteto Moojen , como sendo o homem que dificultava as ações do Departamento Municipal de Habitação e que, dentro do meu espírito e do espírito dominante entre os jovens que lá se encontravam, não estava muito preocupado em respeitar algumas regras que o urbanismo erguia, especialmente porque estava muito mais ocupado em atingir uma realidade que nos afligia. O desejo de jovem nos fazia enfrentar aquela realidade com uma fúria tal que, com freqüência, nós nos debatíamos contra o que poderíamos chamar de ordem estabelecida, em termos de urbanismo na Cidade. Então, Dr. João Dib, as primeiras impressões que eu tive do nosso homenageado foram iguais ou piores àquelas que V. Exa. teve. Eu devo a minha conversão a três pessoas que estão aqui presentes.  Em intensidades diferentes, eu devo ao Arquiteto Ferraro, ao Lothar Escolaudi e ao meu Oscar Trindade, a alegria e a gratificação de terem eles me levando a conhecer esse cidadão, a abrir o diálogo entre o jovem afoito e o técnico competente, o que me deu a possibilidade de realizar muitas coisas efetivas para esta Cidade e fazê-las com o meu espírito empreendedor, com o meu desejo de atuar sobre a realidade social, mas com aqueles regramentos que a sabedoria e a cultura do Moacyr haviam acumulado até aquele tempo.

Então, Moacyr, eu quero hoje te saudar como o convertido que aprendeu a te respeitar, que aprendeu a te querer bem e que aprendeu a ver a dimensão humana que tu tens. Venho hoje à tribuna não para saudar o arquiteto, o urbanista, o professor, o cidadão de Porto Alegre, mas sim para saudar esse homem conciliador - na melhor expressão da palavra -, inteligente, competente, com grande profundidade, com impressionante abertura para o diálogo, capaz de compreender até jovens afoitos - e que saudade daquela afoiteza - e capaz, sobretudo, de ter para com a coisa pública, para com o serviço público e para com a Cidade de Porto Alegre - que há muito ele adotou como a sua Cidade - um carinho, uma compreensão e uma abnegação a toda prova.

Ao porto-alegrense, hoje proclamado e há muito adotado, as minhas homenagens. Homenagens de quem aprendeu, na convivência, no cotidiano, a compreender que a sabedoria dos técnicos, quando olhada com espírito público, com sensibilidade social, é uma receita que ainda pode resolver os males da nossa sociedade. Em matéria de urbanismo, tema que faz com que tantas pessoas ocorram a este local no dia de hoje, nesta Cidade de Porto Alegre, existem valores que precisam ser permanentemente proclamados. Entre esse valores - permitam-me as ilustres autoridades aqui presentes - eu escolhi um que tem uma reserva especial no meu coração. Chama-se Moacyr Moojen Marques. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos considerar, como extensão da Mesa, a participação do Secretário Substituto da Secretaria Municipal de Obras e Viação, Arquiteto Francisco Thorm

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra e falará em nome da sua Bancada o PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Eu confesso que não estava escalado para manifestar-me e o PDT estava plenamente representado na figura do proponente desta Sessão, o Presidente da Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz. Quero confessar, por ser esta uma noite da Arquitetura e por tudo que me evocam as pessoas que se fazem presentes neste Plenário, de que não resisti à oportunidade de me manifestar por ocasião da entrega do Título de Cidadão Honorífico de Porto Alegre ao Arquiteto Moacyr Moojen Marques, que veio de lá, não da distante, mas da próxima Lagoa Vermelha. Vieram muitos “Moojens” aqui para Porto Alegre e se destacaram. Eu disse que é uma noite dos arquitetos, até porque não me consta, Sr. Presidente, nenhum registro de que outro arquiteto tenha ocupado a Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre. V. Exa. abre também esse novo espaço para os arquitetos, para os planejadores urbanos.

Essa coincidência evoca alguns momentos importantes da nossa vida, sobretudo da década de 60, em que as grandes pugnas políticas se desencadeavam, tendo, muitas vezes, início não naquela formalidade da Faculdade de Direito à qual eu pertencia, mas elas nasciam lá nos espaços da Faculdade de Arquitetura. Da década de 1960, lembro muito bem do Trindade, o nosso motorista da FEURGS, na época da Legalidade. Esse foi um período muito rico para todos nós. Quando se homenageia, nesta oportunidade, o Arquiteto Moacyr Moojen Marques, e nos vêm todas essas lembranças, recordo-me, Sr. Prefeito, daqueles nossos tempos naquele local, como o Rogério Malinski, o Milton Bágio, e tantos outros que ali nos fervilhávamos, sendo que muitos dos professores eram nossos aliados nessas lutas, sobretudo na Faculdade de Arquitetura. Então, o encontro dessa noite tem um caráter todo especial, até porque os arquitetos  são os grandes construtores, meu caro Irineu Breykmann, e os montadores dos espaços da Cidade. No entanto, a história da Cidade, a não ser para alguns iniciados, se encarrega de esquecê-los. Há algum tempo, nesta Casa, tínhamos dificuldades - quando o Prefeito Collares abriu a Av. Edvaldo Pereira Paiva - de explicar quem era essa figura. Nós mesmos, no exercício dos trabalhos ligados ao desenvolvimento urbano, começamos a entender o papel que esse arquiteto representou na vida da Cidade. E são as pessoas que anonimamente constróem e planejam os espaços da nossa vida.

Temos, hoje, uma Cidade - embora com todas as dificuldades - que tem uma qualidade de vida da qual podemos nos orgulhar, com grandes parques: além do Parque da Redenção, do Marinha do Brasil, que foi construído num período posterior e planejado por muitos desses que aqui estão: o "Parcão" e tantos outros. Essas anônimas figuras são exatamente os planejadores urbanos, que constróem e buscam essa melhoria de qualidade de vida da Cidade. Hoje, quando a Cidade confere o título de Cidadão de Porto Alegre ao Moacyr Moojen Marques, ela está homenageando todo esse segmento profissional. A Câmara Municipal de Porto Alegre, a representação política da Cidade de Porto Alegre, reconhece o papel que os Senhores têm na vida da nossa Cidade. Por isso, não resistimos à tentação de ocuparmos a tribuna desta Casa para transmitirmos também a nossa saudação ao Moacyr Moojen Marques e a todos os arquitetos, aos que estão aqui e àqueles que já nos deixaram. A nossa homenagem e o nosso preito de gratidão por tudo o que os Senhores já construíram e ainda têm a desenvolver aqui na nossa Porto Alegre e em tantas outras cidades. A presença se faz numa cidade muito bonita de ser construída, desde a colonização portuguesa, que nos deixou quase todos os casarios portugueses. Vou-me atrever nesse meio seleto a falar de obras arquitetônicas da nossa Cidade, como a Catedral Metropolitana, o Palácio Piratini, a Cervejaria Brahma, que também é um prédio que tem que ser tombado; são obras do arquiteto no micro e no macrocosmo.

A nossa saudação a ti, Moacyr, a quem, no curso dos anos, se tornou uma referência obrigatória para quem quer trabalhar, discutir e pensar no desenvolvimento urbano de nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra e falará em nome de sua Bancada, o PSB.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Dr. Moojen, o Partido Socialista Brasileiro gostaria de lhe parabenizar. Não vou aqui falar das suas inúmeras obras, pois já foram citadas, mas, gostaríamos de nos referir à preocupação que V. Sª sempre teve como cidadão, como pessoa, sua preocupação sempre com o social, em ver a Cidade como um todo e não fragmentada. V.Sª  foi e é um exemplo para várias gerações de arquitetos: um homem ético, correto e um assessor para muitos. O Ver. Clovis Ilgenfritz foi muito feliz nessa escolha. Homenageando-o tenho certeza de que homenageia a todos os arquitetos aqui presentes e aqueles muitos que o Senhor ajudou a formar.

Porto Alegre, Dr. Moojen, tem muito da sua face. Com toda a tranqüilidade podemos dizer que, percorremos muito da  sua vida.

Hoje, está se dando um casamento: o casamento oficial da Cidade com o homem-cidadão. A sua obra continua, ela é grande, mas ainda está inacabada, ela não se finda.

Precisamos muito do Senhor, como disse o Ver. Adeli Sell. O Senhor é o nosso assessor-mor, ou assessor-Moojen, e nós gostaríamos, de maneira bem simples, de dizer que Porto Alegre é que lhe agradece por ter sido escolhida como sua cidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Tenho a honra e o prazer de passar a palavra ao nosso ilustre Prefeito Municipal de Porto Alegre Raul Pont.

 

O SR. RAUL PONT: (Saúda os componentes da Mesa.) Nós queríamos registrar o nosso reconhecimento e a nossa concordância pela iniciativa da Câmara Municipal de Porto Alegre, na figura de seu Presidente, pela proposição deste ato, pelo papel e pelo significado que tem o homenageado na nossa Cidade.

Este título, além de oportuno, é exatamente reconhecedor dos méritos do Professor e Arquiteto Moacyr Moojen Marques. É oportuno e meritório, além das funções  e dos exemplos que aqui foram dados das suas condições pessoais, do seu desprendimento,. da sua relação familiar, da sua atividade profissional. Essa homenagem vai além, na medida em que ela também contempla o aspecto do servidor público e do planejador. E neste momento isso é exatamente oportuno, porque é um momento em que está muito na moda o desprestígio do servidor público, a desconsideração com a sua função. E estamos diante de um homenageado que mostra a sua importância e um papel que dignifica a nossa Administração, a existência da Prefeitura Municipal e o papel que os mais de vinte mil servidores do nosso Município desempenham no dia a dia nas funções mais variadas e distintas.

É também importante e meritório pela função do planejamento. No momento em que está na moda o mercado, como elemento doador de sentido a todas as coisas, nada mais justo e oportuno relembrar que nem a economia, muito menos uma cidade, pode funcionar e existir sem planejamento. Não é a espontaneidade do mercado que vai criar as melhores condições de vida para a nossa Cidade, como também não é - e todos nós temos certeza disso, certamente - o mercado que vai encontrar as melhores saídas para a nossa economia. Temos é que acreditar na capacidade racional dos homens, de prever o seu futuro, de estabelecer regras básicas de convívio e estabelecer as formas com que possamos viver com dignidade, sem exclusão e com qualidade de vida, que é o que todos nós queremos nas cidades.

Recentemente Porto Alegre foi reconhecida nesse aspecto, reconhecida por uma pesquisa onde chegamos ao topo do "ranking" nacional pela qualidade de vida que nós possuímos nesta Cidade.

Eu gostaria, em nome de nosso Governo, de nossa Administração, de transmitir uma homenagem ao arquiteto, urbanista, professor e servidor público Moacyr Moojen Marques, porque grande parte da responsabilidade desta distinção que a Cidade recebeu devemos a ele. É pelo seu trabalho individual, pelo exemplo como servidor público que nós chegamos a esta distinção: "Capital da qualidade de vida no País".

Eu não tive a oportunidade, como muitos aqui tiveram, de privar do convívio pessoal e da intimidade de V. Sª, talvez, por não combinar os nossos momentos na Prefeitura, as nossas relações de trabalho e também pelo fato de não eu ser originário de Porto Alegre. Mas, como Vice-Prefeito durante quatro anos e, agora, como Prefeito desta Cidade, conheço a importância e o papel, do que significa, para Porto Alegre, manter esta qualidade de vida com os regulamentos e normas que foram construídos anteriormente. Se nós hoje podemos pensar em grandes obras de nossa Cidade que venha a qualificá-la ainda mais; se hoje nós podemos nos orgulhar de estarmos enfrentando um dos grandes problemas como é o problema de trânsito nas grandes cidades e que, na maioria das vezes, ficam reféns de uma política industrial equivocada, nós sabemos que isso é possível graças a um conjunto de normas, regras e de um planejamento global que a Cidade sofreu. E isso foi fruto de um trabalho, de um planejamento, foi fruto de uma ação de um conjunto de pessoas. Aqui estamos hoje homenageando uma delas. Mas nós sabemos e aqui já foi dito, que, individualmente, cada um de nós faz pouco. Temos que acreditar na possibilidade e na necessidade de que é na equipe, é no conjunto, é no coletivo que encontramos sempre as melhores alternativas e as melhores saídas para a vida em sociedade. Quero, portanto, prestar essa homenagem e reafirmar aqui o nosso respeito e consideração à distinção que o Professor e Arquiteto Moacyr Moojen Marques recebe nesta noite, da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Ao reafirmar isso, transmitir ao Cidadão de Porto Alegre Moacyr Moojen Marques o nosso respeito, a nossa homenagem e a consideração de todos os funcionários da Prefeitura de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR PRESIDENTE: Depois de todos os discursos tão bonitos e emocionados, temos que cumprir a tarefa, chegou o momento da entrega do título ao homenageado que se dá através de um diploma e uma medalha. Convidamos o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre para fazer a entrega do Título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Moacy Moojen Marques.

 

(Procede-se à entrega do título de Cidadão de Porto Alegre. ) (Palmas.)

 

Pedimos a Srª Lorena que entregue as flores à Srª Maria Ivone, esposa do homenageado, como homenagem desta Casa. (Palmas. )

O Sr. Moacyr Moojen Marques está com a palavra.

 

O SR. MOACYR MOOJEN MARQUES: Sr. Presidente desta Casa, meu amigo Clovis Ilgenfritz, Srs. Vereadores, demais autoridades, meus amigos. (Saúda os componentes da Mesa.) (Lê.)

"Passaram mais de cinqüenta anos desde que descendo dos campos do Planalto cheguei à beira do rio, nesta cidade de Porto Alegre. Animava-me a paixão de fazer casas, edifícios e,  a partir daqui, cidade também.

Os primeiros tempos de estudante, morador de pensão ainda sem relacionamentos, foram de empatia com a cidade grande. A atividade mais freqüente era viajar de bonde até os fins de linha como quem vai a cidades menores e ali conhecer cada canto.

O convívio na escola secundária, muito cedo agregou um interesse novo, eis que grande parte dos estudantes movimentavam-se, além dos currículos, na participação e nos debates das questões nacionais, trazendo a dimensão política, na qual o próprio ensino estava inserido. Era a época do petróleo, areias monazíticas, da Guerra da Coréia, da Guerra Fria e do movimento internacional da paz.

Depois, a Universidade.

Finalmente o encontro com a arquitetura e a consciência de que a questão era maior do que se pensava. Não se tratava apenas de projetar construções deste ou daquele estilo. Havia um trepidante debate dos caminhos de uma nova arquitetura que necessariamente deveria conter o fruto das conquistas da era contemporânea refletindo, em benefício dos habitantes urbanos, os avanços da ciência e da tecnologia na direção da utopia da igualdade social que se anunciava por toda parte, ao alcance da humanidade.

O mundo urbanístico e arquitetônico produzia febrilmente suas teses e experiências, nos planos e projetos que traziam uma mensagem despojada dos ornatos, molduras e estilos, tendo como meta a produção em massa do habitat humano, nas cidades verdes funcionais e nos prédios brancos e transparentes expostos à luz do sol e à natureza abundante.

L'EXPRIT NUVEAU

Le Combusier, a Bauhaus, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Villanova Artigas, Hilbesseimer, Lewis Munford, Giberd, Lefebvre e tantos outros.

A tônica foi então, a construção da cidade e uma sociedade justa ao alcance de todos, o que tornava inconcebível projetos urbanos apartados de uma visão política da realidade existente.

Estudantes e professores, estávamos convencidos que contribuíamos para salvar o mundo. Nosso referencial era a utopia social e, sua correspondente manifestação urbana, nossa responsabilidade. A Carta de Atenas de 1933, fruto do CIAM, indicava os princípios fundamentais adotados pela unanimidade dos arquitetos do novo século.

Com esta bagagem iniciei minha vida profissional, no ensino, no escritório e fundamentalmente na divisão de Urbanismo da Prefeitura, onde trabalhei durante três décadas.

Que o mundo não submeteu-se pacificamente a esta utopia, hoje todos nós sabemos. Os paradigmas do modernismo tiveram de adaptar-se às condições econômicas e sócio-culturais dos lugares moldando, através de inúmeros conflitos, a evolução contextualizada dos princípios iniciais. No dizer do professor catalão Josep Maria Montaner: “O que se assisti a partir de 1945 é a simbiose dos pressupostos modernos com os aportes de cada um dos contextos, culturais e de identidades. Sua tradição, sua cultura de espaço, suas disponibilidades materiais, seu estado de desenvolvimento e sua capacidade criativa”.

Ninguém pensa mais em construir uma nova Chandigarh, ou uma nova Brasília, tampouco cabe construir Barcelona fora da Espanha. As cidades são únicas, sempre possuem fisionomia própria.

No entanto, se a realidade foi mais amarga do que se esperava, não significa que os referenciais eram falsos, nem que suas promessas tenham sido supérfluas ou perversas para a humanidade.

Hoje, exercitando grande simplificação alguns confundem modernismo com destruição e exclusão social, ciência e tecnologia com autoritarismo ou tecnocracia.

No questionamento das situações urbanas  atuais de nosso País, jamais devem ser esquecidas as questões do êxodo rural, fruto da estrutura agrária nacional e da industrialização acelerada, causadores do inchaço das cidades, no exíguo período de três décadas, assim como a mais perversa distribuição da renda nacional, jamais havida. O subdesenvolvimento estrutural, as inflações sucessivas e o atual desemprego. Esses fenômenos que são do conhecimento de todos, implicam em enormes distorções do funcionamento das cidades em grande medida, independente da orientação filosófica adotada para a concepção dos seus planos diretores. Estas são as principais causas da  exclusão social que se materializa no espaço construído da cidade.

Mesmo assim, os planos diretores e sua gestão têm um amplo espaço para instrumentar o desenvolvimento urbano. Tarefa que não pode ser realizada fora da participação da sociedade, assim como dos avanços técnico-científicos pertinentes a esta área do conhecimento. Satanizar o planejamento científico, na defesa do progresso social e da ampliação da participação popular é um falso dilema, porque tende a tirar do processo seu principal instrumento, que como qualquer outro científico, evolui com a humanidade.

Porto Alegre a cidade que, como todas é o produto da complexa interação de fatores atuantes, tem no seu espaço construído uma grande parcela que é o fruto do seu "projeto permanente", consubstanciado por vários planos diretores e dentro deles a marca visível da utopia modernista, assim como na sua gestão as marcas de um processo de constantes avanços na visão democrática do desenvolvimento urbano e a incorporação de um expressivo arsenal de instrumentos técnicos e juridicamente avançados, que tem servido de modelo para outras cidades.

Em administrações diversas Porto Alegre tem sido escolhida a de melhor qualidade de vida entre as capitais brasileiras.

No momento em que caminha-se para um novo Plano a incorporar-se ao projeto permanente da Cidade, resolvi, naturalmente com algum propósito, colocar nesta manifestação uma espécie de resgate da entidade: "Utopia Urbana", na tentativa de construir o referencial que, embora nem sempre atingido, constitua a direção, o caminho e a expectativa de direito do cidadão.

A "Realidade Possível", essencial como estratégia, não pode limitar-se no caminho inverso, formalizando a diversidade, admitindo como princípio padrões deprimidos, os conflitos, às vezes, inaceitáveis, trazendo ao cidadão a "meia utopia" desfalcada das aspirações que são maiores e legítimas.

Desde abril de 1992 guardo um recorte da "Zero Hora", que contém um brilhante e comovido artigo escrito por Tarso Genro, intitulado "A Bandeira Desce". Trata de mais uma utopia que se perde, revelando que "sua solidão e sensação de naufrágio histórico, não é pela queda, já tardia, das tiranias do Leste, mas pelo fato que a derrota do sonho de fraternidade e justiça não foi preenchida por algum projeto humano, vital original e superior".

Desce uma bandeira, signo de uma nova era, e é substituída por outra, que é antiga.

Já Moacyr Scliar, em recente artigo, também da "Zero Hora", quando aborda a angustia de uma geração pela sensação do sonho perdido e pela aridez da trajetória nos caminhos da justiça social, termina lembrando Antonio Pinheiro Machado, Carlos Scliar, Lauro Hagemann e Jussara Cony: “As idéias foram, ultrapassadas. A crença não. A crença é parte de nossa complexa, imperfeita gloriosa humanidade”.

O novo Plano, que é saudado pela amplitude de sua discussão pública e a conseqüente incorporação do produto deste grande debate, pela consagração da visão sistêmica e participativa do processo de gestão e planejamento da cidade, pelos avanços institucionais, será tanto mais completo e legítimo, na medida que incorpore também, após extenso e objetivo debate, as conquistas já havidas nos planos e projetos anteriores e que hoje são patrimônio da cidade. Nada que foi arduamente conquistado pode ser perdido: no conteúdo, na forma e no correto papel do Estado ao cumprir o seu dever de guardião do Contrato Social representado pelo projeto da cidade, sempre colocado de forma clara em todas as negociações possíveis e com referenciais ao alcance de todos os porto-alegrenses.

Se é hora de substituir bandeiras, é necessário escolher as que devem ser hasteadas.

Cabe a esta Casa proceder esta síntese e, como sempre tem feito, dar a Cidade seu melhor projeto.

Hoje estou aposentado como funcionário da Prefeitura, mas não consegui ainda aposentar-me do tema urbano, muito menos da Cidade de Porto Alegre. Em 20 de março de 1987, recebi, no salão nobre da Prefeitura, a Medalha de Porto Alegre conferida pelo Chefe do Executivo eleito pelo povo, o Prefeito Alceu Collares. Hoje recebo o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre conferido pelo Poder Legislativo, também eleito pelo povo. Embora pretensioso, utilizando a propriedade associativa da Matemática, gosto de considerar-me eleito cidadão desta Cidade, também pelo povo.

Nesta jornada tive o privilégio de conhecer, tornar-me amigo e conviver com pessoas que considero um dever registrar, embora injustamente outras aqui não constem.

Os mestres, amigos, companheiros de formação profissional e de trabalho: Edvaldo Pereira Paiva, Demétrio Ribeiro, Edgar Graeff, Ernesto Sander, Alcindo Guanabara Porto Alegre, Ivo Jardim, Roberto Veroneze, Carlos Fayet, Fernando Corona, pai e filho, Francisco Riopardense de Macedo, Cláudio Ferraro, Léo Ferreira da Silva, Marcos Hekmann Emil Bered, Irineu Breitman, João José Vallandro, Roldolfo Matte Militão, Ricardo e Darwin Ribas.

Os homens públicos: José Aloísio Filho, Alberto André, Say Marques, Lauro Hagemann, Antonio Hohlfeldt e Reginaldo Pujol.

Todos os Prefeitos, Secretários e Supervisores do período em que trabalhei nos planos da Cidade, em especial Leonel de Moura Brizola, cuja atuação tornou possível a institucionalização  do primeiro Plano Diretor da Cidade, a Lei nº 2046 de 1959; José Loureiro da Silva, pelo seu respeito aos urbanistas e sua reconhecida paixão por Porto Alegre; Guilherme Socias Villela e João Antonio Dib pela confiança depositada em nosso trabalho em momentos de grande importância.

A nova geração de colegas da Prefeitura, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Faculdade Integrada Ritter dos Reis, com os quais tenho privado e aprendido convivência e Arquitetura. Todos os meus amigos sem distinção.

O Ver. Clovis Ilgenfritz inspirador desta homenagem, hoje Presidente desta Casa, ex-aluno, irmão em filosofia, amigo de sempre e pai do Tiago.

Aos Vereadores e ao povo de minha Cidade. Muito obrigado.(Palmas.) 

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes do último ato desta homenagem, que será a execução do Hino Rio-Grandense, gostaríamos, mais uma vez, de afirmar que este Projeto de Lei, aprovado por unanimidade no ano passado, é o terceiro da minha vida política como Vereador, porque já havia entregue um título ao cidadão do mundo Nelson Mandella; um título a um Cidadão de Porto Alegre que veio do Alegrete, que é Demétrio Ribeiro e, sem muito corporativismo, mas pelas qualidades humanas, ao Arquiteto Moojen Marques, hoje. Quero pedir também, como já fizeram alguns oradores, para dizer, Moojen: quero homenagear todos os que estão nessa lide, como disse o Prefeito e outros. E o teu nome para mim significa homenagear a muitos que estão aqui e que têm dado muito de si por esta Cidade. Convido a todos para ouvirem o Hino Riograndense.

(É executado o Hino Rio-Grandense.)

 

Está encerrada a presente Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h10min.)

 

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